Gino Ingênuo - Vida e Obra

Despontando no mundo da música e da inocência, Gino Ingênuo é a nova aposta das gravadoras nacionais. Com uma voz de veludo - isso é o que dizem pra ele - esse baiano de Olinda se diz contente com a repercussão do seu novo disco.
Ainda pequeno Gino enfrentou diversas desavenças em sua infância. Aos cinco anos o pai saiu de casa para servir as forças de Paz da ONU, num arquipélago longínquo, segundo sua mãe.
Ela mesmo, saia todas as noites e deixava Gino com a tia, sua irmã Luciralda, que cuidava do menino como se fosse seu próprio filho, que ela perdera 3 anos atrás num “capotamento” de sua Motoquinha Bandeirantes. Sua tia dizia a Gino que a mãe ia vender medalhinhas de Santa Quitéria na porta da Igreja de Santa Quitéria, quando na verdade ela ia vender o corpo, na porta de Igreja de Santa Quitéria. Gino cresceu acreditando num mundo de ilusão, onde tudo é belo, inclusive um pagodeiro meia boca que ele escutava num rádio a pilha, da janela do vizinho.

Com dez anos despertou-se para a vida e para a carreira artística, quando Seu Menelau, o proprietário da bitácula do vilarejo, disse que o menino levava jeito para a coisa, e Gino, totalmente desprovido de malícia e ainda sem entendero que era ironia (até hoje ele não sabe) acreditou nas palavras de Seu Menê.
Gino Ingênuo então começou sua carreira aos 12 anos, quando um "primo" quis levá-lo pra São Paulo pra conhecer alguns "empresários" que fariam do garoto um sucesso. Acabou num cortiço, fabricando pregadores de madeira, ganhando a misera quantia de 5,50 por pregador montado.

Gino Ingênuo não desistiu do seu sonho, por mais que dissessem a ele que nunca seria uma celebridade muito menos o melhor fabricante de pregador da capital paulista. Após vários testes, e muitos prendedores, Gino finalmente conseguiu reconhecimento por um picareta, digo, empresário, que notou no garoto todo seu talento musical.
Logo de cara sua carreira decolou. E toda a grana que ele recebia pelos shows era "investida" em suas turnês que duravam longos 2 dias.

Hoje, Gino vive ainda no cortiço que começou a carreira, e nas horas vagas, monta pregadores pra complementar sua renda. Alguns amigos dizem que seu empresário, está ficando com todo dinheiro que Gino consegue em seus espetáculos, mas o pobre não acredita e diz que é uma invenção da cabeça deles. Isso mostra porque esse artista faz tanto sucesso, e demonstra toda a humildade de uma grande pessoa. (né não?)

Um grande abraço do seu amigo Francisco Pescoço, o repórter colosso.

Francisco é crítico musical, árbitro de pelada na Rua XV, colocador de bolinha em globo de bingo e estátua viva na Praça do Procópio.